O DOM DE GIRAR
- O DOM DE GIRAR - (Fazemos parte deste tempo de NLB para UMS)
Tudo começou com um macaco retorcido, você torceu o mundo todo. E coloriu outras partes com tantos outros movimentos, que a terra sentiu a sua presença.
“ E eu vagabundo confesso da turma de 74”
Uma folha verde impressa numa camiseta branca – e a única coisa que nós tínhamos, era o tempo como forma de esperança na nossa alma.
Quando eu viajei para SP sofri muito por ficar longe de você – meu irmão de sangue, sangue da capoeira. Pensei que era asfalto ou terra batida enquanto na verdade eram veias – pois é viajei para dentro de mim e lá dentro nos recantos e cantos da minha alma juvenil reencontrei a nossa história de muito mais que uma vida inteira – no meu peito que nesta altura ansiava por vida e outras possibilidades, descobertas na fina seda do vermelho ouro – encontro em mim todos os dias com você, Benê e Mario e toda uma constelação de nossos mestre da vida profunda da capoeira e muito, muito mais além – com tudo que eu levava no arco armado do berimbau me senti preparado pra enfrentar o mundo.
A casa caindo e eu no meio dos escombros – o pó – eu era o pó - sem pés, sem pernas, sem asas – talvez o pó de estrela – o escuro que cai como uma cortina que fecha quando o chão acaba – um tempo esquecido, nunca fui vencido a alma do tempo sempre foi meu progenitor para uma vida continuada, e com certeza vou com você até ao fim….*
Vamos em frente para a quadra 1 ou para a quadra 2 ou talvez para a 9, com nossa força junta quase ninguém pode. Buscamos a alma da capoeira.
Com o Sr. Ênio Maior e a Dona Diva Majestade força da natura – mãe.
Sr. Nelson escultor das frases em madeira de ébano e a Dona Neta de um grão uma ceia inteira saciando nossa fome como passarinhos de bico para o alto esperando no ninho.
Eu e você fazendo aús perto dos galos de ouro, brigas e quintais – você me ensinou a fazer aú com rolê e também a sua maneira me ensinou a viver.
No centro 4 seu fino traço me eclipsou – eu com um motor a pilhas desviei sua atenção e naquele dia vi seus irmãos na cerca-na-faixa verde, ainda não sabia que também eram meus irmãos, a vida com sua luz no caminho mostrou .
No horto tantos mergulhos e cobras no pulso e tombos por covardia – utilizamos tudo pra implementar a nossa arte da magia do saber – era eu era você, Mario e Benê.
O destino com suas asas providenciais nos levou e perpetuou a capoeira em nossas vidas e nossos corações – tantas gerações e tantas vontades.
A terra de Sobradinho – a serra e o microclima noturno criou no nosso quotidiano uma ideia de paraíso perdido de “Nilton” e no entanto naquele ponto da corrida fomos escolhidos não sei se por sorte, talvez você possa me dizer. Entramos pra história sem pretensão ou visão talvez como anjos caídos que receberam a missão de disseminar a capoeira, essa semente deste puro ouro reluzente e forte como a casca de todas as árvores do serrado e tão frágil como uma jaracutiá-árvore mágica de sangue vermelho e ossos como os nossos, é o que diferencia o profundo espírito ancestral oriundo de tantas etnias, que viajam na noite densa da vida e nunca chegam a abrir os olhos para o dia!!
Meu irmão, hoje muito mais que nunca somos um sonho antigo que do chumbo virou o mais puro ouro – somos milhões em linha.
GUC – GCBO
NLB 29/10/15
p.s: Seguimos buscando as novidades desta velha tradição.
p.s2: Poderia ter sido um caminho de escuridão no entanto a capoeira iluminou as nossas almas e aguçou as nossas vontades para abrir as portas para outros mundos.
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